domingo, 10 de abril de 2011

Software livre: Tempo de desapego e liberdade

lourilucio.blogspot.com



Vivemos numa sociedade capitalista. Dinheiro, fama, poder... são determinantes para dar valor a uma pessoa ou uma empresa. São as suas propriedades privadas que possibilitarão o acúmulo de riquezas. São as suas idéias que ditarão as regras e tendências sociais.
Contudo os tempos mudam. Na atual sociedade as pessoas não querem apenas seguir idéias, elas querem criar suas idéias e compartilhar. As pessoas querem ser ativas e querem ter permissão de mostrar sua capacidade intelectual.
Em tempos de cibercultura, com a interconectividade, as idéias relacionadas ao poder e às tecnologias mudam de figura. Atualmente tem poder quem socializa, quem colabora, quem compartilha. A idéia de propriedade privada, como alguém dono de um produto, desmorona dando espaço às propriedades compartilhadas, onde o produto é disseminado, compartilhado e acessado por todos. Seja esse produto uma música, um vídeo, textos, programas, software, etc.
Seria o fim do monopólio das empresas responsáveis pela criação de programas e softwares? Seria a “queda” de uma sociedade capitalista que enriquece com esse tipo de negócio? Ainda é cedo para afirmar, mas o fato é que agora os caminhos são outros.
Estamos na época da liberdade tecnológica, onde programas, softwares, idéias, obras podem ser compartilhadas. Época em que quanto mais se compartilha de uma obra tecnológica, mais disseminada e consolidada ela estará no mercado. Época do software livre, onde seus códigos são abertos e executáveis. Colaborativamente, compartilhadamente
Em tempos de fluidez e mobilidade, as licenças abertas é um passo para “quebrar” com o monopólio dos softwares proprietário. Afinal, se podemos colaborar e compartilhar idéias para softwares, programas, aplicativos, etc, podendo modificar seu conteúdo de forma a atender uma necessidade ou até mesmo melhorar a sua qualidade, por que temos que “obedecer” os programas prontos, sólidos, acabados???
 Compreender essas mudanças libertárias não ocorre de um momento para o outro. É difícil para as empresas que ganharam fortunas com vendas de softwares e difícil para as pessoas que “consumiam” essas obras. É difícil, não impossível. Principalmente porque quem mais almeja essas transformações são as pessoas, justamente por conta de não querer ser apenas um consumidor. Elas agora querem ter poder de escolha. Querem selecionar, compartilhar e colaborar nos softwares, programas e obras que estão sendo criadas e disseminadas no ciberespaço.
É fato que a resistência à mudanças é um problema cultural, e com o software livre não seria diferente, afinal os primeiros softwares, programas, aplicativos que foram nos foram apresentados pertenciam a tão conhecida Microsoft, com seu famoso Windows. Era o que a sociedade tinha acesso. Era o que as empresas vendiam para as pessoas e estas não possuíam opção de escolha, limitando, assim, sua liberdade e “obrigando” a utilização unicamente desse software.
Os tempos avançam e software livre ganha espaço, mas ainda é limitado e desconhecido de muitos. Apesar de já haver no mercado, computadores com o sistema operacional Linux, e as pessoas terem o poder de escolha, o grande consumo ainda é do Windows. Será que é carma? Insegurança? Medo do novo? Eu, particularmente, acho que é falta de conhecimento. Falta de conhecimento da dinâmica do software livre e de suas vantagens.
Enfim, como já dito anteriormente, os tempos são outros. Precisamos estar abertos a essas transformações. Inicialmente pode ser difícil, pois possuímos idéias enraizadas. Mas tentar entender a dinâmica do software livre e utilizá-la já é um passo para esse mundo de colaboração e compartilhamento. Que tal começar conhecendo outros sistemas operacionais e de navegação? Que tal navegar pelas ondas do Linux e do Mozilla Firefox? Está dado o convite!!!


4 comentários:

  1. São convites feitos e nem sempre aceitos.

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  2. Concordo com você; Os tempos são outros... são ainda mais dinâmicos e fluídos. O consumo está implícito em tudo isso. Você levanta questões continuam sendo os nosso principais meios deacesso a essa cibercultura que prezamos tanto, mesmo onde há o discurso da inclusão e do acesso a tudo para todos.

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  3. Muito bem Ana, texto bem mais leve, fluído, autoral...
    Agora, frente a essa falta de conhecimento sobre o que é um software livre e suas vantagens, quais as estratégias a adotar? Pense um pouco sobre os desafios que temos pela frente.
    bj

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  4. É isso Ana, é preciso divulgar, favorecer para a formação de pessoas críticas que possibilitem a expansão tanto da utilização quanto do desenvolvimento desses softwares.

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