domingo, 22 de maio de 2011

BEM VINDO À CULTURA DA CONVERGÊNCIA

“Bem vindo à cultura da convergência, onde as velhas e as novas mídias colidem, onde mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis.”
Esta é a frase que Jenkins, autor do livro Cultura da Convergência, usa para nos convidar a ler e entender do assunto. E é nesse convite que farei minha reflexão sobre convergência.
1. “Onde as velhas e as novas mídias colidem

       


Essa colisão de mídias pode ser vistas em alguns dispositivos tecnológico, mas são os celulares de última geração os maiores representantes, pois desde que este começou a se conectar com a internet e oferecer mensagens de texto (inclusive ao vivo), telefonia, videoconferências, rádios, gravação de músicas, fotografia, televisão, acesso a livros, jornais, revistas, etc, seu uso tornou-se ubíquo e a relação do dono com o seu celular ficou mais especial. Afinal, por que esperar para acessar seus emails em casa quando você pode fazer isso em qualquer lugar com o seu celular? Por que comprar uma máquina fotográfica se seu celular possui uma de alta definição? Por que gravar seu programa de TV se você pode assistir em qualquer horário e lugar do seu celular?
O uso do celular, como um dos ícones da convergência, potencializou o acesso das pessoas às informações, aos bancos de dados, às redes sociais, às contas de email, etc., possibilitando o acesso em qualquer lugar e inclusive em movimento. Como conseqüência dessa acessibilidade constante, as barreiras de tempo e espaço são derrubadas definitivamente.
A tendência dessa evolução digital é tornar as pessoas cada vez mais ativa dentro da cibercultura, convidando-as a participar ativa e colaborativamente da rede, produzindo, alterando e transformando as relações sociais.

2. “Onde mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam



Com a cultura da convergência as transformações tecnológicas ampliam os espaços para as transformações de consumo das mídias. Agora os conteúdos midiáticos se misturam com os objetos do nosso cotidiano como se fizéssemos parte daquela realidade. Agora os conteúdos midiáticos se complementam em diversos suportes midiáticos como uma extensão para a sua usabilidade.

Nesse sentido, não basta apenas produzir um filme, por exemplo. Junto com o filme a empresa responsável lança objetos para uso dos consumidores, como copos, mochilas, cadernos, etc. Ou será que vc nunca percebeu que o “Sherek” está presente nos objetos que nos cercam? É a convergência mercadológica.
Nessa mesma linha, está o filme Matrix, que para garantir sua continuidade, e garantir mais acesso a sua produção, lançou o desenho animado Animatrix. Ou, trazendo para o Brasil, o filme Divã, que atualmente é apresentado como série numa rede de televisão. É a mídia corporativa cruzando com a mídia alternativa.
E numa proposta ainda mais financeira, existem os games que são criados a partir de alguns livros ou filmes em que alguns desafios para passar de fase e conseguir avançar no jogo, só é possível se a pessoa ler o livro ou assistir o filme. Ou seja, são as idéias e desafios convergindo entre a mídia principal e as possíveis mídias que podem ser criadas.

  
     
 3. “Onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis
Com a convergência das mídias a linha que separa o produtor do consumidor é muito tênue, pois essas relações agora são interligadas. O produtor, seja de uma obra, de uma música, de um filme e até mesmo de uma idéia, em algum momento é também o consumidor, até mesmo para, colaborativamente, realizar tal produção.
Na convergência, uma pessoa que normalmente é consumidora das informações e dos conhecimentos disseminados na rede, pode vir a ser um produtor, um autor. Um exemplo bem comum são os blogs. Ao produzir um blog, a pessoa torna-se consumidora e produtora. Outro exemplo, e que tem se tornado bem comum na nossa sociedade, são os registros que as pessoas fazem com os seus celulares e disponibilizam na rede, como foi o caso, num outro dia, de um ônibus que incendiou em frente à Faced e no mesmo instante, diversas pessoas estavam registrando o acidente e postando no Youtube. Ou seja, naquele momento essas pessoas estavam sendo autores, estavam produzindo uma informação que seria consumida por milhares de outras.




Enfim, as transformações tecnológicas promovidas pela convergência estão interligadas à mobilidade, aos avanços tecnológicos, aos avanços culturais e a liquidez dos territórios e das informações. São as idéias de colaboração, inteligência coletiva e participação tornando-se mais comuns na sociedade atual.

2 comentários:

  1. Olá Ana,
    no tópico 1. vc fala de "usuários virtuais". Será que nesse ambiente de convergência, bem analisado por vc, é possível continuarmos a designar os sujeitos por "usuários"? Este não é um termo incompatível com este ambiente interativo, participativo, de coautorias?
    E o que seriam usuários "virtuais"?
    prá pensar....

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  2. Oi Boni,

    Realmente, o termo usuário não faz parte do meu uso, quanto mais usuários vituais.
    Como vc diz, um termo mal utilizado compromete td a nossa linha de pensamento.
    Vou corrigir.

    Obrigada. Bjssssss

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